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Tudo sobre Maturidade, por Mariúza Pelloso Lima


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Visão da Antroposofia para o significado espiritual do Perdão

“Aquele que realmente conhece Deus não achará necessário perdoar a seu irmão, só precisará perdoar a si mesmo, por não haver perdoado bem antes.”

                                                                      Leon Tostoi

 

Perdao_Maturidade          A Antroposofia, moderna Ciência Espiritual, aborda o ato de perdoar como um caminho para os seres humanos despertarem sua atividade individual interior.

          Perdoar é tornar possível permanecer espiritualmente com as pessoas e continuar perdoando-as de novo e de novo, esperando pacientemente até que elas tenham adquirido consciência da absoluta necessidade da iniciativa espiritual individual para a evolução da humanidade.

          É ficar atento ao chamado interior que ressoa no mundo para todo ouvido espiritualmente aberto, no sentido de perdoar sempre de novo, mesmo nas menores coisas, o ser humano que está ao nosso lado.

          O perdão é parte essencial do caminho moderno rumo ao Cristo e ao mesmo tempo, uma transformação completa do nosso próprio ser.

          Uma primeira fase do perdão é desenvolver a tolerância, treinando para perceber em cada ser e em cada processo do mundo exterior, em primeiro lugar, seu lado positivo e suas qualidades. É enxergar nas pessoas aquilo que elas têm de bom. Todos temos uma essência amorosa, que muitas vezes foi encoberta pelas vicissitudes da vida, mas é uma luz que não se apaga jamais. Dado a força do egoísmo que habita constantemente no homem de resistir ao perdão de todas as maneiras possíveis, seu eu inferior está sempre inclinado ao rancor e a culpar o outro.

          É necessário ampliar nosso olhar e isso só é possível mediante o desenvolvimento de um intenso pensar moral, ou seja, resgatar valores éticos adormecidos , assumir responsabilidade pelo que pensamos, sentimos e agimos no mundo, tendo uma férrea vontade para autossuperação que conduz à vitória do superior sobre o inferior e portanto, perdoar.

          A segunda etapa desse caminho é a natureza essencial do perdão, que nada mais é senão um ato de tolerância mais elevado, mais potencializado.

          Nessa fase o perdão tem o caráter sacrifical, pois quando perdoamos verdadeiramente, não apenas decidimos , esquecer o que o outro nos fez, mas o grande sacrifício é assumir para si, voluntariamente, a obrigação de restituir ao mundo tanto bem e tanto amor, compaixão, bondade quanto foi retirado objetivamente dele pela ação má ou imoral. Esse é o verdadeiro perdão.

          Então, as duas condições fundamentais para o perdão – esquecer o mal a que foi submetido e lembrar constantemente a necessidade de trazer amor e bondade ao mundo como o único meio de superar as consequências do mal no mundo – equivalem, na vida, ao Caminho dos Apóstolos, para nosso despertar espiritual.

          Assim, cada pessoa tem em sua vida, mediante sua capacidade para o perdão, um modo de verificar a medida da presença e do amadurecimento do Eu Superior dentro de si.

 

 Sugestão de leitura: O significado oculto do perdão

Sergei O. Prokofieff

 

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Chantagem emocional – Faz de conta perigoso

Chantagem_Emocional_Maturidade          Quantas vezes nos percebemos chantageando emocionalmente as pessoas com as quais convivemos? Será que temos consciência desses atos, desse “padrão”que usamos para mantê-las perto de nós, controlando-as?

          “Filho, não faça isso que a mamãe não gosta”… Para a netinha: “não aja assim que a vovó(o) fica triste e não vem mais na sua casa”…

          São chantagens que coibem as pessoas de se exprimirem como são verdadeiramente, de não conseguirem colocar seus sentimentos reais na situação vivida. Aprendem a usar máscaras desde cedo, a sorrir quando têm vontade de chorar. Aprendem que para ser amado é preciso ser submisso, a ceder para quem se ama. Aprendem a ser dependentes emocionalmente.

          O efeito dessas chantagens é devastador para os chantageados, pois se não têm consciência desse processo, passam a repetir esse padrão comportamental nos seus relacionamentos.

          Será que não é mais sadio explicar objetivamente para a pessoa porque não quer que ela faça algo, do que chantageá-la?

          Reprimir os sentimentos por medo da perda de pessoas queridas (pais, avós, namorados, maridos, esposas) enfraquece a pessoa, dificulta seu autoconhecimento e muda o rumo das suas decisões. E com o tempo, pode “adoecer”, somatizar no seu corpo essa repressão dolorosa como um mecanismo de defesa.

          Aprendemos a receber e a doar amor.

          Quebrar esse modelo de chantagem emocional é possível. É preciso querer, desejar mudar sua maneira de relacionar-se, de amar e ser amado.

          Nas palavras de Roberto Crema*, podemos encontrar um caminho para a mudança pretendida: sair da chantagem emocional para o amor verdadeiro, respeitando-se e também a individualidade do outro, amando-se e amando-o tal como ele é, sem receio, e sempre aprendendo a amar.

 

“Mudar o mundo, é mudar o olhar.

Do olhar que estreita e subtrae, para o olhar que amplia e engrandece.

Do olhar que julga e condena para o olhar que compreende e perdoa.

Do olhar que teme e se esquiva, para o olhar que confia e atreve.

Do olhar que separa e exclui, para o olhar que acolhe e religa”.

 

*Roberto Crema – Psicólogo e Antropólogo