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Tudo sobre Maturidade, por Mariúza Pelloso Lima


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Dia da conscientização da violência contra os idosos – 15/06

Violencia_idoso_Maturidade          Viver muito e com dignidade é um direito de todo ser humano.

          É da competência do Estado desenvolver e disponibilizar às pessoas envelhecidas uma rede de serviços que lhes assegurem os seus direitos básicos de saúde, transporte, lazer e ausência de violência, tanto no espaço familiar como no espaço  público. Mas isso está muito longe de acontecer.

          A família assume o papel de cuidador, e, na grande maioria, com dificuldades. A negligência, violência, discriminação, crueldade ou opressão e falta de cuidados intrafamiliares  e sociais são visíveis ou camuflados na velhice.

          Os níveis de violência vão desde atitudes abusivas no contexto social, como pensões e aposentadorias inadequadas, dificultando para o idoso o acesso a serviços sociais e de saúde, criando situações de marginalização e discriminação, como também, conflitos no âmbito doméstico quando seus vitimizadores, geralmente filhos, dependem do idoso economicamente.

          Segundo a Organização Mundial de Saúde (2011), os maus tratos e negligência constituem “uma ação única ou repetida, ou a ausência de uma ação devida, que causa sofrimento ou angústia, e que ocorre em uma relação  que haja expectativa de confiança”.

          Podemos classificar a violência contra idosos em maus tratos físicos: uso de força física que pode produzir lesão, ferida, dor ou incapacidade; maus tratos psicológicos: ação de infligir pena, dor ou angústia por meio de expressões verbais e não -verbais; abuso financeiro ou material: exploração imprópria e ilegal e/ou uso não consentido de recursos de um idoso; abuso sexual: contato sexual não consentido; negligência: recusa ou falha em exercer responsabilidades no ato de cuidar do idoso.

          Os idosos mais vulneráveis à violência são os dependentes física ou mentalmente, sobretudo quando apresentam problemas de esquecimento, confusão mental, alterações no sono, incontinência e dificuldades de locomoção, necessitando de cuidados intensivos em atividades da vida diária. Como conseqüência, muitos idosos passam a sentir depressão, alienação, desordem pós-traumática, sentimentos de culpa e negação das ocorrências e situações que os vitimizam. Passam a viver em desesperança.

          O Brasil passa por uma transição demográfica que provoca um aumento na incidência de doenças crônico-degenerativas, que, conseqüentemente, faz aumentar a incapacidade funcional dos idosos.

          Associando-se a este fator, a falta de recursos econômicos para cuidar do idoso, tudo isso propicia o aumento da violência contra ele, como também, a negligência diante da impossibilidade de prover uma alimentação adequada, medicamentos e fraldas.

          A negligência, vista como a recusa, omissão ou fracasso por parte do responsável pelo idoso em garantir-lhe os cuidados de que necessita, é uma das formas mais presentes atualmente, tanto em nível doméstico quanto institucional em nosso país.

          É fundamental procurar ajuda para melhor atender ao idoso, seja nas instituições públicas municipais, verificar o que têm para oferecer; procurar informações para conhecer mais de perto as necessidades dos idosos; dividir os atendimentos ao idoso, na medida do possível, com todos os familiares, para não sobrecarregar somente alguns.

          Há uma história que elucida bem esta violência ao idoso e nos mostra que o exemplo diz muito mais do que palavras:

          Um trabalhador, perdeu muito cedo sua esposa e precisou cuidar do filho sozinho. Levantava antes do sol nascer para preparar as refeições da criança, e depois o levava consigo para o trabalho, cuidando para que nunca lhe faltasse algo. Os anos foram passando, seu filho se tornou um grande economista e casou-se.

          Seu pai, ficando muito velhinho, já não tinha condições de se prover e se auto-cuidar. Foi morar com o casal, que nessa época tinha um filhinho de 5 anos.

          Um dia, o velhinho ouviu as brigas do filho com sua nora, onde ela se queixava do trabalho que o sogro lhe dava.

          O filho, então, pegou um cobertor, abriu a porta da casa, chamou  seu pai e lhe disse: – Toma esse cobertor e saia de casa!

          O velhinho, não querendo criar desavenças entre o casal, saiu.

          Seu neto, vendo a cena, saiu correndo atrás do avô, pediu: – Vovô, me dá metade desse cobertor?

          O velhinho, não entendo o motivo, mesmo assim, dividiu o cobertor e deu metade ao seu neto.

          O pai, observando a cena, perguntou ao filho: – O que você vai fazer com essa metade do cobertor?

          Eis que o filho pequenino responde: – Papai, um dia, você também ficará velhinho, e eu já terei o cobertor para lhe dar.


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A importância de saber cuidar – Dar vida à uma vida!

Cuidar_Maturidade          Será que você é um cuidador e nunca parou para pensar nisso?

          Acredito que desde muito cedo cuidamos de alguém: de um irmão pequeno, dos filhos, e com o passar do tempo, do esposo(a), dos pais ou de algum familiar que necessite de sua atenção.

          Cuidar significa dar atenção, dedicação, carinho, como também encargos e responsabilidades. É oferecer seus talentos ao outro em forma de serviço. É uma tarefa que vai além dos cuidados com o corpo físico.

          Por trás da pessoa cuidada, devido a uma doença, ou limitações advindas de fatalidades, há uma história de vida, seus sentimentos e suas emoções, a que o cuidador deverá estar atento.

          Exige-se preparo para essa tarefa, pois é necessário compreender qual tipo de ajuda a pessoa requer: necessita continuamente de outra pessoa ou de algum equipamento? Até quando ela precisa de ajuda? A sua incapacidade está relacionada a todas ou a algumas atividades?

          Cuidar é perceber a outra pessoa como ela é, suas preferências, seus gestos e falas, suas dores e limitações. Dessa forma, o cuidador pode atendê-la na sua maneira de ser, levando em consideração as sua particularidades e necessidades.

          O cuidador é aquele que observa e identifica o que a pessoa cuidada pode fazer por si; avalia as condições e, assim, consegue ajudá-la a fazer as atividades. Não é fazer tudo pela pessoa, mas estimulá-la para conquistar sua autonomia, mesmo que seja em minúsculas tarefas. Isso requer tempo e paciência.

          A pessoa a ser cuidada, geralmente, fica totalmente dependente do cuidador.

          Há cuidadores profissionais e cuidadores familiares , ambos com qualidades especiais, demonstradas pelo amor à humanidade, pela doação, pela compaixão, sendo os primeiros remunerados, e os outros sem remuneração.

          Nem todas as pessoas conseguem exercer a função de cuidador, por mais que tenham amor para doar, sejam carinhosas e pacientes. É uma arte de dedicação, de zelo e de saber dar vida à vida do outro.

          O cuidador é aquele que leva ânimo e esperança para a pessoa cuidada, ensinando-a a viver o agora, da melhor forma possível, dentro das suas possibilidades. É aquele que a ajuda a sentir, querer e abençoar a vida.

“Cuidar é um exercício constante de amor e compaixão, sem o qual nos tornamos meros executores de normas pré-estabelecidas, que nos orientam, mas são insuficientes diante dos enigmas do ser humanos”.

(Sandra G. Greven)

Sugestão de leitura:

Um olhar para o cuidado do idoso

Grupo Vida – Brasil

1ª Edição – 2012

Editora Palavra ao Mundo

(Livrarias Saraiva)


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Cuidando da pessoa com Alzheimer – Aprenda!

“Se você aproveitar o tempo a fim de melhorar-se, o tempo aproveitará você para realizar maravilhas.”

André Luis

Voluntariado_Maturidade          O trabalho voluntário é uma doação pessoal de seus talentos, habilidades, ou outros tipos de serviços que se fazem em prol de pessoas que naquele momento necessitam de ajuda, ou para Ongs, instituições filantrópicas.

          É seguir um chamado interno para servir e fazer-se útil para o universo. É uma colaboração onde predominam o amor, a solidariedade, a compaixão.

          Ao servir, com simplicidade e humildade, acabamos percebendo que o voluntariado é uma troca de aprendizagens muito significativas, porque ao doar nosso tempo, nosso trabalho, recebemos muito mais do que estamos doando.

          Na maturidade, muitos de nós já se aposentaram, diminuiram o ritmo de suas atividades, e aí surge um tempinho que poderá ser bem empregado em um trabalho voluntário. Basta abrirmos bem os olhos e veremos, por vezes, pertinho de nós, pessoas que gostariam de ser “cuidadas” nesse momento da vida.

          “Cuidar é mais do que um ato; é uma atitude. Portanto, abrange mais que um momento de atenção. Representa uma atitude de ocupação, de responsabilização e de envolvimento afetivo com o outro”. ( Leonardo Boff)

          Caracteriza o voluntariado o comprometimento com o outro para que ele também tenha oportunidades de vencer, de ser feliz, de reorganizar-se, de aprender, de nos ensinar. É o nosso lado bom, humano, espiritual, atuando a favor do outro e vice-versa.

          Nesses dias, tomando um pouco de sol na pracinha do prédio onde moro, encontrei-me com amigos antigos. Alguns são cuidadores de seus parceiros. Refleti um pouco sobre tudo o que me foi dado nessa vida, minha escolha em peregrinar, e concluí que está na hora de caminhar novamente, de vivenciar troca de saberes, troca de afetos e ser solidária com a dor do outro. Com o coração aberto e tendo inúmeras idéias, organizei o Projeto Acolhimento, porque será assim que pretendo desenvolvê-lo, com muito acolhimento, para com as pessoas que dele participarão.

         Apresento-lhes, então, este projeto, para que ele desde já ganhe forças e vida.

PROJETO ACOLHIMENTO

Projeto_acolhimento_Maturidade

Esse projeto visa auxiliar os cuidadores (esposas, filhos, etc..) de pessoas com Mal de Alzheimer ou de pessoas que exijam cuidados especiais, dando-lhes apoio emocional, psicológico, além de levar conhecimentos sobre estimulações para retardar a perda da memória e garantir uma comunicação amorosa com o ente querido.

          É um trabalho voluntário, voltado para os moradores do Condomínio Residencial da Vila Yara, em Osasco e qualquer outra pessoa interessada. A 1ª reunião será realizada no dia 08/08/2013 , quinta-feira, das 14h às 15h, no Salão de Festas do condomínio.

          Para maiores esclarecimentos ou agendar sua participação gratuita, é só entrar em contato:

Mariúza Pelloso Lima

Gerontóloga, Terapeuta Antroposófica e Transpessoal

tel: (011)99603-7651

email: portaldamaturidade@gmail.com

Sejam bem-vindos! Vamos exercitar nosso amor e solidariedade!!!